Caros Amigos!
- Na madrugada dessa quinta para sexta-feira os negociadores de Honduras chegaram finalmente a um acordo.
- O destino de Zelaya será decidido pelo congresso nacional de Honduras, pelos representantes do povo... teoricamente. Será o fim do Golpe??
Alguns fatos interessantes para serem analisados:
1. A volatilidade do PIG, em sintonia com a oposição
- Os jornalescos, vulgo PIG, passaram a partir de hoje a tratar Zelaya como "presidente deposto" e o governo de Michetti, como "governo golpista de Honduras". (veja nessa reportagem de hoje- 30/10/2009- do UOL, site pertencente a mesma empresa que fraudou o ENEM, clicando aqui)
- Antes eles tratavam o golpista Micheletti e seu golpista governo como presidente/governo de fato, presidente/governo interino. (clique aqui para ler manchete - a reportagem foi retirada do ar...
ou aqui para ver outro exemplo )
- e ainda colocavam GOLPE entre aspas quando alguém se referia ao golpe de Honduras (clique aqui para ver)
2. A volatilidade da oposição, em sintonia com o PIG
- Hoje me parece acertado dizer que a diplomacia brasileira conseguiu uma vitória nessa tentativa de golpe, ao exercer influência significaiva na questãoo (editado após comentário de Danilo - clique aqui para lê-lo)
- ... mas vejamos algumas opiniões antes dessa vitória:
(sobre o abrigo da embaixada brasileira à Zelaya)
"Acho que o Itamaraty se meteu em uma trapalhada que não vai ser fácil desfazer, mas espero que consiga. O que tem lá não é um asilo, é uma trapalhada"
governador José Pedágio Serra (PSDB-SP):
(Sobre um documento do Senado de repúdio ao golpe de Honduras)
"Por que o Senado vai entrar nessa trapalhada? Por que vamos trazer um desgaste para o Senado? Acho que se aprovarmos será uma atitude irresponsável do Senado sem que haja nesse texto qualquer condenação à diplomacia brasileira que quebrou as regras internacionais"
senador Demóstenes Torres (DEM-GO):
"Eu sou o primeiro a dizer que é um absurdo o que está acontecendo em Honduras. Também acho que o Brasil não deve ficar gastando nessas embaixadas em micropaíses. Mas esse foi o texto que teve consenso na comissão"
- senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG):
"(Peço a) Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado CRE (que) reúna-se nesta semana e aprove uma moção de repúdio ao golpe sofrido pelo presidente Manuel Zelaya"
- senador Eduardo Suplicy (PT-SP)
Brasília- O senador, Eduardo Suplicy, durante protesto
promovido por movimentos sociais e entidades da sociedade
civil brasileira em frente à Embaixada de Honduras contra
o golpe militar ocorrido no país
Foto: Marcello Casal JR/ABr
3. Erramos...(mas nem tanto!!)
- Os Estados Unidos aparentemente (e vale ressaltar, aparentemente!!) fizeram alguns poucos esforços para reverter o golpe em Honduras. (leia nesse blog publicação de que a máscara dos EEUU caiu).
- Mas ainda é preciso analisar se essa pressão foi por uma política contrária aos golpes militares (??)
- Ou pela presssão internacional já que praticamente todos os outros países repudiaram o golpe, e os EEUU se isolariam se não fizessem o mesmo??
- Ou ainda pela situação criada na embaixada brasileira, que colocaria os Estados Unidos em confronto com o Brasil, América do Sul e provavelmente América Latina, se não procedesse da forma que procedeu?
- Me parece que os EEUU não tinham opção, a não ser fazer pressão para que se chegasse a um acordo, sob pena de perder ainda mais influência na América do Sul, e pior, ficar ainda mais ilhado na política mundial
fontes:
JusBrasil (Suplicy pede que o CRE condene o golpe em Honduras)
Agência Brasil (Suplicy em frente a embaixa de Honduras)
Conversa Afiada (Serra dizendo que o BRasil fez uma trapalhada e Vitória da diplomacia brasileira)
PIG - partido da imprensa golpista (Empresa que fraudou o ENEM sobre manifestação dos deputados em relação ao golpe de Honduras)
5 comentários:
Fala ae Pedrão!
Estes foi um dos episódios mais grotescos que aconteceu este ano.
Quero ver agora o pessoal que defendeu com unhas e dentes o golpe, "os legalistas" de plantão, tentando explicar quando o golpe acabar.
Abraço!
Ainda bem que o Senado não deveria se envolver nessas questões de "micropaíses", bem disse também o Sen. Demóstenes (""Por que o Senado vai entrar nessa trapalhada? Por que vamos trazer um desgaste para o Senado?")- seria uma total "idiotização" nossa. É triste ver nossa política comandada por homens com uma visão tão limitada e mesquinha.
Pedro, quando você coloca que "Hoje é evidente que a diplomacia brasileira conseguiu uma vitória histórica nessa tentativa de golpe", eu penso o contrário.
Creio que esse golpe serviu para o Brasil ver que possui muito menos influencia do que imagina ter nas questões diplomáticas exteriores, se resumindo a uma influência muito local, nos vizinhos de america do sul. O governo brasileiro acreditou cegamente em um poder politico que não possuía permitindo, de forma errada ao meu ver, que o zalaya usasse a embaixada como quartel político para seu "contra-golpe", quando deveria apenas ter dado, e de forma acertada, abrigo politico ao presidente legítimo do país.
Penso também que o golpe só terminou pelo exato motivo que começou: com a mão dos EUA, que se não conseguiu neste momento apoiar a consolidação de um governo golpista aliado, ao menos impediu a consolidação, por meios que também me pareceram pouco legítimos, de um governo contrário a seus interesses.
Por fim, imagino que tem muita gente em brasilia aliviada pelo fato dos EUA terem tomado finalmente uma posição e que nossa imagem tenha saído apenas arranhada deste caso, frente a todas as possibilidades que o clima de tensão estava gerando.
Abraço!
Danilo,
è... td bem, acho que a frase "Hoje é evidente que a diplomacia brasileira conseguiu uma vitória histórica nessa tentativa de golpe" ficou muito propaganada eleitoral gratuita!! rsrs talvez tenha sido influenciado pelo ótimo documentário "Entreatos" do João Moreira Salles - obrigado pela advertência, já modifiquei o texto!!
Mas:
1. Qual será o motivo pelo qual originou a mudança brusca de comportamento dos EUA? Será que a diplomacia do Brasil não teve influência nisso?
2. O Brasil foi escolhido a dedo para abrigar o Zelaya, ele poderia ter ido a qualquer embaixada pedir abrigo, visto que estava respaldado em leis internacionais. Isso não demonstra um certo poder da diplomacia brasileira?
Pedro,
Parece-me que o golpe em Honduras tem pouco ou nenhum valor político-ideológico-econômico-filosófico-diplomático-comercial-religioso-ou-coisa-que-o-valha.
Serve mais para um valioso exercício de reflexão.
Em 2 anos ninguém, nem lá em Honduras, se lembrará do fato. Nem você...
Salvo engano
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